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Pesquisa

Pesquisa da UFTM traz novas perspectivas para o prognóstico e diagnóstico da doença de Chagas

Publicado: Sexta, 01 de Abril de 2022, 08h16

Pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, integrantes do Núcleo de Pesquisa em Patologia Experimental e Humana, cadastrado no CNPq, traçam novas perspectivas para o prognóstico e diagnóstico da doença de Chagas aguda.  O estudo, chefiado pelo pesquisador Javier Emilio Lazo-Chica (coordenador do Núcleo de Pesquisa), fez parte da tese de doutorado desenvolvida na UFTM por Wellington Francisco Rodrigues (egresso do curso de doutorado e pós-doutorado em Ciências da Saúde) e contou com a colaboração dos pesquisadores e professores Carlo José Freire Oliveira e Camila Botelho Miguel e do doutorando Thiago Alvares da Costa.

A pesquisa, que durou quatro anos, foi realizada no Laboratório de Biologia Celular - DBE-ICBN da UFTM. A pesquisadora Camila foi bolsista pela Capes durante o doutorado, assim como o pesquisador Wellington que também recebeu bolsa PNPD-Capes no pós-doutorado.

 

A pesquisa

A pesquisa teve o objetivo de encontrar relações entre os parâmetros clínicos laboratoriais observados na doença de Chagas que possam colaborar com a elucidação do diagnóstico e prognóstico da doença. 

O trabalho avaliou diversos parâmetros clínicos laboratoriais em camundongos imunocompetentes (que tem propriedades imunológicas) e imunossuprimidos (com sistema imunológico enfraquecido), que foram infectados com diferentes concentrações de Trypanosoma cruzi, o agente relacionado a causar a doença de Chagas. O número de parasito e as taxas de mortalidade foram verificados em todos os animais no decorrer da pesquisa. Após os animais apresentarem sinais agudos da infecção, amostras biológicas foram coletadas (sangue, urina e tecido cardíaco) para avaliações. Diferentes parâmetros foram mensurados, incluindo hematológicos, bioquímicos (biomarcadores funcionais), inflamatórios (citocinas, infiltrado inflamatório e presença do parasito no tecido cardíaco). No estudo, os 40 animais integrantes do grupo imunocompetente sobreviveram até o final do experimento, por outro lado, a infecção com o T. cruzi foi capaz de causar uma taxa de mortalidade significativa no grupo imunossuprimido, o que leva a crer que a taxa de mortalidade foi dependente da concentração de parasitos infectantes. 

Manipulação de amostra para quantificar leucócitos totais de células de camundongos
Manipulação de amostra para quantificar leucócitos totais de células de camundongos

 

De acordo com os autores, a observação dessa relação entre o parasita (Trypanosoma cruzi) e o hospedeiro (camundongo) aprimora a compreensão dos diferentes mecanismos das relações e permitirá avanços preciosos, um conhecimento que abre perspectivas para alcançar melhorias no diagnóstico e na compreensão do prognóstico da doença de Chagas, sobretudo no que tange à busca por uma melhor qualidade de vida para as pessoas infectadas com o parasita.

 

A publicação

O estudo foi publicado neste mês em uma revista internacional de prestígio da comunidade científica, a “Frontiers in Immunology”, especializada em ciências da saúde e ciências biológicas (Imunologia). Os pesquisadores encontram-se envolvidos com novas investigações na tentativa de construir evidências consistentes que possam ser aplicadas no futuro.

O estudo pode ser encontrado na integra no “link” :

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2022.850037/full?&utm_source=Email_to_authors_&utm_medium=Email&utm_content=T1_11.5e1_author&utm_campaign=Email_publication&field=&journalName=Frontiers_in_Immunology&id=850037

A doença

A doença de Chagas foi descoberta pelo pesquisador Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, em 1909. Em todo mundo, a doença ainda afeta cerca de 6 a 7 milhões de pessoas. “Muito se avançou no conhecimento sobre a infecção e suas relações com a doença em humanos, mas dada a complexidade do parasito e as suas relações com o meio ambiente e o próprio ser humano, ainda se tem muito a se entender sobre as relações parasito e hospedeiro. A principal contribuição do trabalho realizado pelo grupo foi justamente compreender ou quantificar qual o impacto ou efeito dessas relações em parâmetros usualmente utilizados para o diagnóstico e prognóstico da doença. Com isso, foi possível demonstrar pela primeira vez a possibilidade da aplicação de modelagem estatística para predição do diagnóstico e prognóstico”, concluiu Wellington Francisco Rodrigues.

 

Fotografia: Laboratório de Biologia celular/DBE/ICBN/UFTM

 

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