O Projeto Oficina de Parentalidade da UFTM é premiado
O principal objetivo do trabalho é implementar uma política pública de prevenção e resolução de conflitos, conforme recomendado pelo CNJ e nos moldes do material disponibilizado pelo órgão, com o fim de transmitir aos pais técnicas apropriadas de comunicação na família, ensinamentos a respeito das consequências que os conflitos provocam nos filhos, informações legais sobre alienação parental, guarda, visitas e alimentos, com um viés pedagógico e não terapêutico. Visa instrumentalizar as famílias que enfrentam conflitos jurídicos relacionados ao divórcio ou à dissolução da união estável, nos quais ocorrem vários ajustes e mudanças pessoais.
Uberaba foi o primeiro município a implantar as oficinas no interior do Estado de Minas Gerais. São realizadas para filhos e pais, separadamente, em um único encontro de quatro horas de duração. São quatro oficinas: uma específica para crianças de 6 a 11 anos, outra para adolescentes de 12 a 17 anos e duas para os pais. O material a ser trabalho é cedido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ em forma de cartilhas para pais, filhos e instrutores, oficinas audiovisuais, histórias, dinâmicas de grupo, gibi específico, dentre outros. São conduzidas por instrutores voluntários, que são pessoas com formação e vivência para lidar com questões relacionadas aos temas propostos. As oficinas são realizadas uma vez por mês no Centro Educacional da UFTM. A Universidade apoia com recurso audiovisual, espaço físico, impressão de material de consumo para as oficinas. As cartilhas e gibis foram impressos pelo Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais - FUNEMP e o lanche é oferecido por parceiros externos.
A professora Luciana Maria da Silva, coordenadora do Projeto, acredita que a realização dessas oficinas contribua para que os casais e seus filhos envolvidos em divórcios encontrem formas não adversariais para solucionarem os possíveis conflitos psicoemocionais e não somente o conflito judicial. "Também objetiva-se prevenir o abandono afetivo e alienação parental na medida em que busca conscientizar os pais de que é importante para a criança conviver com ambos. Espera-se também que os traumas decorrentes das mudanças das relações familiares possam ser reduzidos ou, pelo menos, amenizados".
O Projeto tem duração anual e completou um ano de funcionamento em novembro, com 356 pessoas. A coordenação planeja dar continuidade em 2016. Ao final das oficinas, os pais e mães podem deixar suas opiniões sobre o atendimento em uma ficha de avaliação. Dos 162 que responderam entre novembro de 2014 a outubro de 2015, o resultado foi o seguinte:
- 68,4% muito satisfeitos;
- 28% satisfeitos
- 2,22 % pouco satisfeitos
- 1,3 % insatisfeitos
Os juízes das varas de família da Comarca de Uberaba-MG encaminham convites a 30 famílias por mês para participar da Oficina de Parentalidade. Mas, a partir de dezembro de 2015, serão abertas vagas para mais 10 famílias, além das convidadas pela justiça.
A coordenadora ressalta a relevância da Oficina proposta para a sociedade. "A UFTM, atenta à sua responsabilidade social, contribui para a efetivação de medidas legais de proteção à criança e ao adolescente, que trará repercussões importantes na qualidade de vida dos sujeitos, pais e filhos, e outros envolvidos direta ou indiretamente no processo de divórcio. Ao discente, proporciona uma experiência transformadora no processo de formação profissional, sendo um amplo campo de estudo e produção de conhecimento aplicado, trazendo luz às novas demandas sociais relativas ao divórcio e seus desdobramentos, principalmente num momento em que o judiciário articula cada vez com maior veemência a questão da guarda compartilhada", concluiu Luciana.
Redes Sociais