UFTM colabora com pesquisa sobre metodologia para detectar entorpecentes em amostras de saliva
Em um artigo que acaba de ser aprovado pela revista ELECTROCHIMICA ACTA, intitulado "Oxygen plasma-treated graphite sheet electrodes: A sensitive and disposable sensor for methamphetamine”, uma equipe composta de pesquisadores da UFU, UFTM, Polícia Civil do DF, Unicamp e UFVJM propôs uma metodologia de baixo custo para detectar entorpecentes em amostras reais de saliva humana. Acesse a publicação aqui.
A pesquisa foi tema de doutorado do discente Jian Felipe .S. Pereira, orientado pelo professor Rodrigo Munhoz da UFU, com a colaboração do professor Rogério V. Gelamo, do Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas - ICTE/UFTM.
A rotina de trabalho da perícia da polícia civil envolve a confirmação de compostos ilícitos apreendidos suspeitos, a partir de técnicas de análise. Esta identificação ajuda a determinar as origens de tais compostos, e, consequentemente, possibilita a organização de propostas de combate ao tráfico de entorpecentes. “Neste trabalho, é apresentada uma alternativa barata, rápida e portátil para as técnicas já existentes para identificação de MDMA, composto comumente conhecido como ecstasy”, comenta o agora doutor Jian, cuja tese foi defendia em meados de setembro.
Na UFTM, a contribuição do professor Rogério V. Gelamo se deu através da funcionalização dos eletrodos de grafite comerciais utilizando processo de plasma frio reativo, que conferiu aos eletrodos importantes características para a detecção das espécies. Através desse processo de descarga luminescente, espécies gasosas ionizadas e elétrons bombardeiam a superfície e promovem modificações nas superfícies dos materiais não obtidas por processos químicos convencionais. “Além disso, a técnica é ambientalmente correta por ser feita com gases a baixíssimas pressões (vácuo), sem descarte de resíduos, com pouco tempo de tratamento (alguns segundos apenas) e com baixíssimo consumo de energia elétrica. Os eletrodos tratados com plasma apresentaram um grande aumento na sensibilidade do sensor, permitindo a detecção de metanfetamina na faixa de 0.5 µmol/L proporcionando uma metodologia mais rápida e mais barata que as técnicas convencionais de detecção dessa substância”, explicou Gelamo.
Além desse trabalho, o uso de plasma frio reativo para a obtenção de sensores de dopamina e nitrito (https://doi.org/10.1016/j.snb.2021.130651) bem como os agrotóxicos cloranfenicol, ciprofloxacina, e sulfonilamida (https://doi.org/10.1007/s00604-023-05953-2), também foram investigados em outros trabalho do mesmo grupo de pesquisa. “O uso desse tipo de tratamento rápido, barato e com aumento na sensibilidade de sensores eletroquímicos têm sido proposto com sucesso por nossos grupos (NuPE-UFU, GQMiN-UFU, GPED – UFVJM, e o LFFPP/UFTM) tem tido ótima repercussão na comunidade acadêmica dessa área. Temos mostrado com sucesso que é uma técnica extremamente interessante para a produção de sensores que podem chegar ao mercado a um baixo custo futuramente”, complementou o professor Rogério.
Imagens: Rogério Gelamo/UFTM
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