UFTM participa do Encontro Nacional de Educação em Saúde da População Negra
Entre os dias 10 e 13 de novembro, o professor Ailton de Souza Aragão, docente do Departamento de Saúde Coletivo da UFTM e líder do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde e Sociedade (NUIPESS), participou do I Encontro Nacional de Educação em Saúde da População Negra, realizado em Brasília-DF. O Encontro é resultado do Termo de Execução Descentralizada (TED) nº 166/2023: um convênio entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz para fortalecer políticas de saúde da população negra no Brasil, com ações voltadas para o enfrentamento ao racismo na saúde. O professor Aragão tem integrado a equipe da Região Sudeste, que é coordenada pelo professor Celso Ricardo Monteiro, da Fiocruz.

(esq. à dir.) Ailton Aragão/MG; Isabel Araújo/RJ; Aryane Carvalho/ES; Celso Ricardo Monteiro/Fiocruz; Nathalya Camargo/SP - equipe de pesquisadores do TED-166 - Eixo 4 - Educação permanente e continuada para o enfrentamento ao racismo - Região Sudeste (Imagem: Fiocruz-DF)
Com o método de “bola de neve”, uma técnica de amostragem que se utiliza de redes de referência, foram identificadas experiências de docentes, profissionais de saúde e movimentos sociais pelo estado de Minas Gerais. Com entrevistas, a maioria on-line, o estudo objetivou registrar as experiências desses atores que têm desenvolvido atividades de educação antirracista e formação continuada em saúde da população negra.
De mais de 500 experiências registradas no Brasil e após um processo de seleção, 79 foram escolhidas para apresentação aos participantes do I Encontro, o que implicou visibilidade e diálogo sobre as práticas, metodologias e resultados contidos em cada uma das experiências. Destas, três experiências de Minas Gerais: uma docente, um profissional de saúde e uma de povo de terreiro.
Estas experiências foram socializadas na estratégia de “Café Mundial” (metodologia de diálogo e aprendizado colaborativo) e na forma de pôsteres junto com as demais das cinco regiões do país, e inspiraram a reflexão sobre o tema da Educação em Saúde da População Negra.
Num segundo momento, foram feitas reuniões regionais, com oportunidade de dialogar e problematizar o tema, tecer e tramar uma rede de potencialidades e identificar possibilidades entre Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Em um terceiro grande momento, houve a socialização das estratégias e encaminhamentos construídos nas plenárias regionais. Dentre as sínteses diagnósticas estão: o apagamento dos saberes e da cosmologia ancestrais como fundamentos epistêmicos do processo saúde-doença-cuidado-cura ocasionado pela violência, dentre elas, a ambiental e a religiosa. E dentre as estratégias programáticas está o incremento dos currículos acadêmicos, seja com os saberes de povos e comunidades tradicionais quanto com o preconizado na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
O I Encontro contou com a participação de lideranças de religiões de matriz africana, lideranças quilombolas, profissionais de saúde, docentes e pesquisadores de todo o Brasil os quais foram entrevistados pelos pesquisadores do TED-166, e ainda de representante do Ministério da Saúde, especificamente, do Departamento de Gestão da Educação na Saúde - Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (DEGES/SGTES/MS) - https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sgtes; do Ministério da Igualdade Racial e da Fiocruz - Brasília.
“Do I Encontro Nacional fica a constatação da necessidade urgente de efetivação de uma rede que colabore na construção coletiva de processos formativos dos profissionais do Sistema Único de Saúde, tanto os da ativa quanto aqueles/as em formação nos diversos cursos, em sinergia com os saberes ancestrais de compreender e de cuidar da saúde”, afirmou Ailton Aragão.
Para saber mais sobre o tema: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-sem-racismo
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